terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Comunidade e o Capital

Dandara é uma comunidade localizada no Bairro Céu Azul, a 30 minutos da UFMG, possui um território de 33 hectares e cujas famílias estão sendo ameaçada de despejo por ocuparem um terreno que está ocioso há pelo menos 40 anos. É fato notório que o terreno em que se encontra a Comunidade é retido para fins especulativos, não cumpre sua função social e se aplicado o texto constitucional (art. 5, inc. XXIII c/c art. 182) e a legislação ordinária (ex.: Lei nª. 10.257/2001 – Estatuto das Cidades) caberia a desapropriação do terreno mediante indenização.
É sabido de todos que o déficit habitacional em Belo Horizonte está acima de 55 mil unidades, segundo dados da própria prefeitura e no estado de Minas está em torno de 800 mil casas.
A Construtora Modelo reivindica a posse do terreno para um projeto de verticalização e joga a responsabilidade pelo descumprimento da função social da propriedade na burocracia administrativa. Ora, por que os advogados da empresa, tão diligentes para providenciar o despejo de aproximadamente 5 mil pessoas, não recorreram ao Judiciário para viabilizar o início das construções?  A Construtora Modelo junto com sua coirmã, a Construtora Lótus, respondem por mais de 2.500 processos judiciais de mutuários lesados e tanto a Prefeitura (sob gestão de Márcio Lacerda- PSB), quanto o Governo do estado de Minas Gerais (sob gestão de Antonio Anastasia – PSDB) se omitiram. Em tempos de “Minha Casa, Minha Vida” o que se vê é um total desrespeito com o cidadão e favorecimento aos empresários.
O Professor de Direito José Luiz Quadros de Magalhães analisa o caso da Ocupação Dandara sob o ponto de vista legal. Sobre o Mandato de Reintegração de posse, ele coloca:
"O caso “Dandara” é de extrema clareza e simplicidade. Pessoas, seres humanos portadores de direitos de dignidade, liberdade, moradia, segurança, são ameaçados pelo próprio estado que neste caso se apresenta fora da lei. Não pode o Juiz decidir fora da lei, contra a Constituição. (...)”.
É necessário informar também que as negociações entre a comunidade e a Construtora só não seguiram adiante pois a empresa exigiu que para qualquer conversa os moradores teriam de primeiramente se retirar do terreno. A assessoria urbanística da Dandara conseguiu demonstrar que é tecnicamente possível e viável a construção do empreendimento sem a saída completa da comunidade (que nem sequer sabem para onde serão realocadas!). Frisa-se que a verticalização por si só nunca foi empecilho para a negociação. A negociação foi travada pela intransigência da Modelo que queria a todo custo um despejo puro e simples de todos os moradores.
Pela internet estão sendo realizadas diversas campanhas de apoio a Dandara, inclusive internacionais. De diversos cantos de mundo, grupos e pessoas têm encaminhado à Comunidade Dandara recados de apoio e contrários ao despejo. Na comunidade tem sido grande o número de visitantes, diariamente, presentes e apoiando as famílias.
No dia 16 de outubro, centenas de pessoas de diversos cantos de Minas Gerais, do Brasil e do mundo, vieram abraçar a Comunidade Dandara em um ato simbólico que dizia para as autoridades que eles não concordavam com o despejo. Quinhentas crianças do MST, os “sem terrinha”, marcaram presença. Recitaram poesia para Dandara, cantaram músicas e deram gritos de luta, solidários com as crianças e as famílias de Dandara. “Mexeu com Dandara, mexeu com os sem terrinhas e com o MST”, gritavam todos.
O abraço à comunidade
O DANUT acredita que para construirmos uma sociedade justa, verdadeiramente democrática e com oportunidades iguais para todos é necessário garantir o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que assegura dentre outros o direito à habitação.
A luta continua e você está mais do que convidado a participar da heróica resistência daqueles que são explorados e desrespeitados pela política do Capital. Frisamos também nosso veto aos atos políticos do Governador Antônio Anastasia e do Prefeito de belo Horizonte Márcio Lacerda que abandonaram àqueles que mais precisam e se calam em defesa dos grandes empresários.
Você pode acompanhar os acontecimentos e manifestações através do blog :http://ocupacaodandara.blogspot.com/

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dia Mundial da Alimentação

"No próximo dia 16, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação,data instituída a partir da criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Discussões acerca da fome e as dificuldades vivenciadas por algumas populações em ter acesso a uma alimentação saudável, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente são os pontos chaves dessa data comemorada há 27 anos.Nessa ano, o tema escolhido pela FAO é  "Preço dos alimentos – dacrise à estabilidade " que visa esclarecer o assunto e o que pode ser feitopara atenuar seu impacto sobre as populações mais vulneráveis.Por isso, convidamos a comunidade acadêmica de Nutrição a participar no próximo dia 16/10, no Parque Municipal de 8 h às 12 h de uma caminhadaconscientizadora sobre alimentação de qualidade e hábitos de vida saudável.  A saída será em frente à entrada do Parque, próximo ao Mercado das Flores.Com apoio de escolas de nutrição de BH, no espaço haverá diversos estandesde educação nutricional, temáticas da campanha e orientação para a prática de exercícios físicos."
Participe !!!!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Parabéns para nós Nutricionistas !


Dia 31 de Agosto comemoramos o Dia do Nutricionista, data muito especial tanto para nós, estudantes, quanto para aqueles (as) que já são profissionais. Esse é um dia de festejar conquistas, mas acima disso um momento para nos conscientizarmos quanto a luta da classe profissional.

Os profissionais já venceram duras batalhas desde a criação do primeiro curso de graduação em Nutrição, na Universidade de São Paulo em 1939, passando pela criação da ABN (Associação Brasileira de Nutricionistas) em 1949, que deu origem à Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAM) em 1985/2000. A instituição do 2º Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) em 1976/1984 nos fortaleceu, e a criação dos Conselhos Regionais de Nutrição (CRN) e do Conselho Federal de Nutrição (CFN) foi importantíssima para a nossa valorização. Mais recentemente, em 2005, a Resolução CFN nº 380, estabeleceu as áreas de atuação do nutricionista.

Apesar das duras batalhas travadas vencemos, avançamos e deixamos de ser os “pica-couve” para sermos profissionais cada vez mais importantes na prevenção e tratamento de algumas das doenças de maiores índices epidemiológicos da atualidade, como a obesidade. Apesar disso, alguns profissionais ainda não se valorizam. Um fato que ilustra essa desvalorização são alguns nutricionistas que fornecem diagnósticos através de consultas on-line, atitude antiética e desrespeitosa com o paciente, com o próprio profissional e, por extensão, com sua categoria, pois provoca uma crescente desvalorização e subestimação do Nutricionista. Acreditamos que não estudamos por no mínimo 4 anos para realizarmos “consultas” que sequer contam com um procedimento de avaliação nutricional adequado.

Algumas perguntas que podemos nos fazer são: “Por que existem Nutricionistas que não exercem de fato nossa profissão”?”ou “Por que os salários às vezes chegam a R$800,00 por mês”? ou “ Por que tanta competitividade e rivalidade dentro de uma mesma categoria?”“.

Existem algumas explicações para esses “porquês”, como:

Formação precária à Usurpação das atribuições à Desvalorização do profissional à Desunião da categoria

É de conhecimento comum que qualquer profissional deve ter uma formação completa, que proporcione uma atuação com qualidade, para atender os anseios de seu público alvo. Falando nos profissionais da Saúde, responsáveis por fornecer orientações e cuidados para melhoria da condição de saúde do indivíduo e de sua qualidade de vida, somos conscientes que estes devem se esforçar ainda mais.

Um dos desafios para o Nutricionista é estar sempre atualizado. A cada minuto a ciência evolui e se não estivermos a par dessas atualizações ficaremos desatualizados, com déficit de conhecimentos e com isso corremos o risco de não conseguir realizar nossas atribuições abrindo espaço para outros profissionais. Se não nos empenharmos em buscar o conhecimento não seremos valorizados e encontraremos salários muito aquém do ideal. Porém, se tivermos em mente que a Nutrição, assim como qualquer área da Saúde, evolui, não precisaremos olhar para o outro como um concorrente em potencial, mas sim como um companheiro que nos ajuda a cumprir nossa importante missão, como, por exemplo, a de fornecer educação nutricional e promover hábitos de vida saudáveis para população. Além disso, um colega de profissão pode servir também como fonte de atualização e de luta na reivindicação dos direitos da classe. 

Nesse dia tão importante temos de lembrar as vitórias alcançadas na nossa consolidação enquanto profissão, mas também devemos refletir para qual futuro temos caminhado, onde estamos cometendo erros. Mesmo enquanto estudantes, já somos referência em nosso círculo de amizades e na família e por isso precisamos sempre estar atentos as nossas atitudes a respeito de nossa futura profissão.
Pensamos ser interessante levantar algumas perguntas, que talvez surjam no seu dia-a-dia como estudante: como “Será que estamos estudando o suficiente?”; “Já sabemos o que supostamente deveríamos saber?; “Tenho de lembrar de algo mais?”; “Devo estudar além do que o professor passa?”; e, atém mesmo, “Eu sei como está de fato o meu cenário profissional e quais são as mudanças que devem ser efetivadas?”.
Pense nisso!

Vamos refletir com foco e objetivo, buscando sermos bons profissionais e não mais um graduado (a), que se formou, mas guarda o diploma na gaveta.



DANUT-UFMG


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Fique por dentro Reforma Curricular - Nutrição UFMG


Comissão de Reforma Curricular

A Comissão de Reforma Curricular  iniciou seu trabalho em Setembro de 2009 e é composta por 13 integrantes, sendo eles: os representantes das unidades que ministram disciplinas aos alunos do Curso de Nutrição e um membro do Diretório Acadêmico de Nutrição (DANUT). Porém, como o DANUT passou por dois anos de desativação, nossa voz não se fez presente e assim como a voz dos alunos do curso de Nutrição Sabemos que até o momento foi elaborada uma proposta pela Comissão que será apresentada às unidades da UFMG que compõem a matriz curricular atual do curso. Mas, que proposta é essa? O que os alunos pensam sobre isso? Por não saber as respostas a nova gestão retomará os trabalhos junto à Comissão de Reforma Curricular para contribuir com este processo, bem como saber o que os alunos têm a dizer sobre a grade curricular do curso, mas, para isso, precisamos saber de você, estudante de nutrição, sua opinião e seus anseios. 
E você, como vai participar desse processo?

ENTRE EM CONTATO CONOSCO: danut.ufmg@gmail.com



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Documentário "O veneno está na mesa" de Silvio Tendler

Por Raquel Júnia - EPSJV/Fiocruz

No último dia 25 de julho, foi lançado no Rio de Janeiro o documentário "O Veneno está na Mesa", de Silvio Tendler. Em cerca de 60 minutos, o filme mostra como o país facilita o consumo dos agrotóxicos e como movimentos sociais e setores do próprio governo como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) têm tentado, de formas distintas, alertar sobre o problema. 

Com entrevistas de trabalhadores rurais, pesquisadores da área da saúde e diversos dados e informações inéditas, o documentário denuncia casos de contaminação pelo uso de agrotóxicos, inclusive com a morte de um trabalhador, e mostra como é possível estabelecer outro modelo de produção sem o uso de venenos, baseado na agroecologia. Em estreia lotada, com a presença de mais de 700 pessoas, Silvio Tendler pede que o filme circule por todo o país. 

Como as cópias não serão vendidas, ele autoriza as pessoas a reproduzirem o documentário para que o sinal de alerta chegue a todos os cantos do país e anuncia que em breve o filme também estará disponível na internet. Antes da sessão, realizada no espaço Oi Casa Grande, Silvio Tendler concedeu esta rápida entrevista à EPSJV/Fiocruz, que foi uma das parceiras na realização do documentário. 


Confira a entrevista.

O filme foi construído em constante diálogo com movimentos sociais. Essa experiência foi diferente dos outros filmes?Do ponto de vista da produção é o primeiro trabalho junto com os movimentos sociais, mas do ponto de vista da difusão, não. Meus filmes sempre estiveram vinculados aos movimentos sociais - eu filmei a inauguração da Escola Nacional Florestan Fernandes [Enff/MST], projetei meus filmes lá. Eu circulo por esse país apresentando os filmes aos movimentos sociais, então, sempre tive essa vinculação. A produção de um trabalho em conjunto, que para mim é uma coisa muito honrosa, é a primeira vez. E eu acho até que é o resultado natural do processo. Depois de fazer tantas coisas juntos, é normal que a gente pense em fazer um filme juntos. No caso do filme sobre os agrotóxicos, acho que foi um casamento natural que ‘juntou a fome com a vontade de comer'. Há uns dois anos eu estive no Uruguai e conversei com o [escritor] Eduardo Galeano, aí ele me falou que o Brasil é o país que mais usava agrotóxicos. Ele disse isso com uma certa tristeza por ser o Brasil, e, sobretudo, pelas circunstâncias políticas que nós vivemos. Aí eu voltei para o Brasil com a ideia de fazer alguma coisa sobre os agrotóxicos. Pensei em fazer uns spots para colocar no Youtube, conversei sobre isso com o [João Pedro] Stedile [coordenador nacional do MST] e ele deu força, então começamos a conversar. Um dia ele falou: ‘Olha, está surgindo um movimento muito forte contra os agrotóxicos e eu acho que dá para juntar com aquela sua ideia do filme'. Desse casamento, nasceu ‘O veneno está na mesa'.

A expectativa que você tinha antes de ir a campo realizar as filmagens e entrevistas se confirmou durante o processo?O documentário sempre supera as expectativas. Sempre a realidade é mais forte do que a ficção. Eu sou documentarista por isso, porque acho que a realidade é muito forte. Em primeiro lugar pudemos ver que o veneno contido nos agrotóxicos não é um fato teórico, é uma realidade muito dura e muito difícil, mais dramática do que eu imaginava. E segundo que o trabalho e a luta das pessoas que reagem e enfrentam também é muito difícil, então, nesse sentido, é um filme mais completo do que o meu imaginário e muito mais forte. Eu estou muito feliz por estar fazendo esse filme.

Diante dessa forte propaganda do agronegócio em defesa do modelo de produção que utiliza agrotóxicos, o que você espera da difusão do filme?
Eu espero esse entusiasmo da juventude, da militância. Na verdade, esse é um filme que de uma outra forma eficaz combate a pirataria, porque na verdade as cópias serão dadas e não vendidas, então, ninguém vai comprar. O filme segue com o selo "copie e distribua", e eu espero que essa forma de a gente trabalhar funcione, por exemplo, como a eficácia de um blog na internet, pelo qual as pessoas se informam. Esse filme, de uma certa maneira, é um blog em forma de DVD, que será distribuído, vai circular, as pessoas vão assistir e vão criar um movimento de consciência de que realmente o agrotóxico é uma coisa muito ruim para todo mundo. A mensagem é que nós podemos construir uma agricultura sem agrotóxicos. Que, a partir do momento em que a sociedade se organiza e se mobiliza, nós podemos começar a pensar na vida sem agrotóxico, pensar num outro projeto de vida que a gente quer fazer. E essa mudança em relação aos agrotóxicos pode funcionar daqui para frente em relação a tudo o que queremos da vida.

Fiocruz - EcoAgência

Parte 2 http://www.youtube.com/watch?v​=NdBmSkVHu2s


sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Luta pela Saúde Pública

Discutir saúde pública também é discutir o que é saúde. Sabemos como é difícil formular esse conceito, que tem uma dimensão um pouco subjetiva. Mesmo assim é importante apresentarmos uma reflexão ampliada do conceito, a reflexão da VIII Conferência Nacional de Saúde, que define saúde como uma resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e, por fim, acesso aos próprios serviços de saúde . O “ter saúde” não é somente ter um médico no centro de saúde ou mais hospitais, embora isso tenha a sua importância: passa pela adoção de políticas sociais e econômicas que propiciem igualdade social; ou mais ainda: pelo fim da exploração do homem pelo homem. Pensando dessa maneira, uma família abaixo da linha da pobreza, sem moradia, apresenta limitações quanto ao seu direito à saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em meio a esse conceito e apresenta um caráter universalista nas praticas de saúde. “O SUS é para todos”. Sendo da classe alta ou da baixa, querendo ou não, mesmo sem saber, somos usuário do SUS. Tanto uma pessoa de classe alta, ao jantar em restaurante sofisticado, por exemplo, já que a vigilância sanitária é do SUS, quanto toda a classe média, num momento como o período de vacinação.
Mesmo com uma grande vitória e mudanças significativas nas políticas de acesso da saúde no Brasil, sabemos que o SUS, infelizmente, não é defendido por todos. Vários são os problemas que a saúde pública enfrenta, principalmente pela falta de um real financiamento, capaz de garantir a universalidade, a igualdade e a integralidade do acesso.
Segundo Francisco Junior (Conselho Nacional de Saúde), foi colocado em prática um projeto de transferência dos recursos financeiros e do patrimônio do SUS para grupos político e econômicos e corporações privadas, bem de acordo com a nossa cultura e a nossa história. Tudo ocorreu, diga-se, sob um assustador, constrangedor, vergonhoso e comprometedor silêncio. Vemos, então, um processo de ataques privatizantes ao SUS, tanto nas relações de trabalho como as terceirizações; tanto na gestão dos serviços, como as OS's, OSCIP's, ONG's, enfim, nas empresas “parceiras”, que na verdade são formas de privatização da saúde pública. As Organizações Sociais já sofrem denuncias em todo o país, e existe a suspeita de um rombo de quase R$147,18 milhões dos hospitais de São Paulo, mostrando que o argumento da eficácia e da agilidade dos serviços são disfarces de setores reacionários. 
É de extrema importância o controle social do SUS, com a participação dos usuários nos Conselhos de Saúde. Entretanto, essas instâncias também sofrem ataques. Vemos hoje o próprio ministro da saúde como o presidente do Conselho Nacional de Saúde; em muitas cidades, os conselhos são manipulados por gestores e as deliberações não são cumpridas; já existem em conferências delegados profissionais que estão alinhados a grupos governistas. É, portanto, imprescindível  a  ocupação destes espaços de maneira politizada, para um verdadeiro embate.                     
 Está claro que defender o SUS é lutar contra fortes setores econômicos e políticos, como a indústria farmacêutica, os planos de saúde, as empresas de saúde, que tratam as questões de saúde com lógica de mercado. Vale ressaltar que em várias cidades já existem fóruns populares de saúde e frentes em defesa do SUS que são capazes de, minimamente, aglutinar entidades e lutadores, capazes de unir a todos e todas que defendem o SUS idealizado em 1988, com todos os seus princípios.  Essa luta não é apenas dos militantes da saúde, mas de toda população brasileira

 Ellen Naiara, aluna de Terapia Ocupacional - UFMG  



domingo, 5 de junho de 2011

MP520: UMA BATALHA QUASE VENCIDA



Ocorreu no dia 2 de Junho nossa primeira vitória contra mais um ataque ao SUS. A MP520 que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares seria uma entidade de natureza privada que funcionaria como uma espécie de "central" dos hospitais-escola de 45 Universidades federais autônomas. A MP representa um retrocesso no sistema de saúde no Brasil e precisaria ser votada até meia-noite do dia 2 de Junho caso contrário ela caducaria, pois passaria o prazo de 6 meses após a edição pelo Poder Executivo. A votação no Senado começou por volta das 23 horas, mas devido a muito bate-boca e brigas a maioria propôs que fosse votado primeiro a MP521 que basicamente dá reajuste para médicos-residentes.

Fomos salvos então, a MP520 caducou e agora ela precisa ser novamente editada pelo Poder Executivo e aí volta a tramitar no Poder Legislativo.

Entenda:
FHC proibiu os concursos para funcionários que faziam serviços do tipo faxina e limpezas em geral, esses empregados foram se aposentando e saindo e não foram sendo repostos, passando então a responsabilidade da folha de pagamento para os hospitais. Em média 40% da verba disponível dos Hospitais são para o pagamento dos funcionários terceirizados, apesar de que, há extremos como no caso de Alagoas em que 80% da verba é destinada a pagar os servidores. Em 2006 o TCE declarou ilegal a situação dos 26 mil servidores e exigiu uma solução até 2010, a “solução” foi tomada no dia 31 de Dezembro de 2010 pelo Presidente Lula com a MP520 que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. 

Segundo a MP os novos funcionários serão admitidos não mais pelo regime estatutário, mas sim pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e a instituição poderá cobrar pelos serviços oferecidos. Além disso, a empresa pública será administrada sem previsão de qualquer espaço de controle socialA MP deixa claro que a empresa pode administrar e celebrar contratos com qualquer unidade de saúde não só os hospitais universitários. No artigo 4º, onde se estabelece suas competências está:

I – administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de assistência médico-hospitalar e laboratorial à comunidade, no âmbito do SUS;

Ou seja, o governo criou uma nova forma jurídica privada, com a possibilidade de administrar não só os hospitais universitários, mas, qualquer unidade hospitalar no âmbito do SUS.

Vale lembrar que os Hospitais Universitários são pólos de pesquisa e com a MP, há o risco de comprometimento da pesquisa, já que muitas podem ser preteridos por não gerarem lucros.

O DANUT crê que a nova empresa pública não vai resolver os graves problemas que existem hoje nos Hospitais Universitários e ainda vai trazer consequências futuras profundas em sua maioria prejudiciais tanto a servidores, quanto a estudantes, docentes e usuários do SUS.

Usuários do SUS:

A nova empresa fará contratos temporários, e como consequência a qualidade no serviço prestado irá cair. Há também a possibilidade de cobrança por consultas e procedimentos, como já acontece hoje nos hospitais de São Paulo geridos pelas Organizações Sociais. 

Estudantes / Docentes:

A desvinculação do Hospital das Clínicas à Universidade Federal trará graves prejuízos à qualidade do ensino. Pelo atual projeto, estão ameaçados também os estágios. Outro fator de prejuízo é que os estudantes ficaram sobrecarregados com o trabalho e os residentes superexplorados.

A edição  da MP 520, no último dia do mandato do Presidente Lula, representa um retrocesso no fortalecimento dos serviços públicos, sob o controle do estado, pois traz a tona, mais uma vez, o debate acerca da concepção de Estado. No campo da academia, sendo o HU gerido por uma empresa de direito privado, terá por princípio o cumprimento de metas e, portanto, atentando à prestação de serviços. Temos de seguir vigilantes, apesar dessa batalha ter sido ganha, a guerra continua e temos de derrotar definitivamente a MP520 agora chamada de PLV 14/2011, assim como a criação da EBSERH. 


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Roda de conversa MP 520

"No campo da academia, sendo agora o Hospital universitário gerido por uma empresa de direito privado, que terá por principio o cumprimento de metas e, portanto, atentando prioritariamente a prestação de serviços, como ficam o ensino e a pesquisa? Em outras palavras, o que será feito da autonomia da universidade (conforme o artigo 207 da Constituição Federal de 1988), da gestão democrática, do acesso ao HU e, principalmente, de seus cursos? Todos esses aspectos ficarão subordinados ao projeto da EBSERH ou aos projetos aprovados nas instâncias deliberativas da universidade?"
 
Venha saber um pouco mais e discutir conosco sobre saúde pública e o ataque que o SUS está sofrendo dento da nossa universidade.  Sexta, 20 de maio, 18 horas, no CAFITO.
Com a presença de Bernardo Pilotto-PR  


Aguardamos sua presença....

DANUT-UFMG GESTÃO 2011-2012 
 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

“UM BRINDE A PORTARIA 034”

No dia 10 de maio de 2011, foi realizado o Ato ManiFesta UFMG com intuito de demonstrar a insatisfação dos estudantes com a portaria 034, imposta pela reitoria da nossa universidade. A manifestação contou com a participação do DANUT e demais entidades de representação estudantil como o DCE e outros DA’s e CA’s .

A portaria 034 lançada pela reitoria no dia 20 de abril de 2011, proíbe a realização de festas, a comercialização de bebidas alcoólicas e restringe a entrada da comunidade externa na universidade após às 21 horas.

Sabemos que a falta de segurança atinge toda comunidade acadêmica, mais acreditamos que as festas não são a real causa dos atentados violentos que ocorrem dentro do campus. Essa atitude, mais uma vez, representa a forma antidemocrática e repressora da reitoria em agir diante de um problema.

Consideramos que a Universidade Federal de Minas Gerais pela sua importância social deve ser exemplo de democracia, assegurando o livre acesso ao campus, não impondo horários a sociedade para acessar suas dependências.  O que a presente portaria sugere não é a segurança de fato, mas sim a ocultação de um propósito maior que está embutido em suas entrelinhas.

Somos a favor da regulamentação das festas no campus, pela contratação de seguranças capacitados e treinados para atuar de forma íntegra em nossa defesa e, claro, de uma universidade para todos!!!


Texto escrito por: Ana Lú, Júlia e Thayana.

domingo, 8 de maio de 2011

DANUTÍCIA - EDIÇÃO 0I | MAIO DE 2011

O que é o DANUT?

É o Diretório Acadêmico de Nutrição, entidade máxima de representação dos estudantes de Nutrição da UFMG, que tem como atribuição a defesa dos interesses de todos estudantes .  Criado para que os alunos possam reivindicar seus direitos e dar sugestões sobre as condições de ensino e infra-estrutura oferecidas pela Universidade.
Através dos representantes do Diretório Acadêmico (DA), os estudantes podem tirar dúvidas sobre todas as questões referentes à sua vida acadêmica e encaminhar propostas em defesa dos interesses estudantis, o DA também garante a representação discente em Órgãos deliberativos e no Conselho Universitário. É bom lembrar que o DA também deve incentivar eventos culturais e esportivos para proporcionar lazer aos estudantes.
 Resultado das eleições    
        
As eleições ocorreram nos dias 05 e 06 de Abril de 2011, contou com a participação de 52,68% dos alunos regularmente matriculados no curso de graduação em Nutrição desta Universidade, componentes do corpo social do diretório. Destes, 100% votaram na chapa única concorrente denominada “NutriAção – Nada será como antes”.

Esse resultado se mostrou bastante expressivo visto que houve uma participação significativa dos estudantes, mostrando a necessidade de uma gestão que represente de fato todos estudantes.

Quem somos
             
Nossa gestão é formada por alunos do 1° ao 8° período do curso de Nutrição, comprometidos com a melhoria do nosso curso e da universidade. Alunos estes envolvidos com projetos científicos, e de extensão além de participarem ativamente no Movimento Estudantil Nacional, um grupo misto a fim de representar todo corpo social.
Presidência : Aline Braga (7° período)

Vice Presidência: Ana Luiza Soares (3° período)

Secretária Geral: Érika Rosa (3° período) e Rana Agarriberri
(3° período)

Tesouraria: Júlia Pessoa (3° período)

Secretaria política: Daniella Bruno (4° período) e Juliana
Prodoscimi (8°período)

Secretária esportiva: Erica Ferreira (3°período), Lícia Torres
(3° período) e Hebert Sagbo (5° período)

Secretaria científica: Thayana Oliveira (3° período), Taciana Maia (3° período) e Raquel Figueiredo ( 3° período)

Secretária de comunicação: Joyce (1° período) e Fernanda Mota(7° período)



 Você sabe o que ela significa?
 Aguardem nosso próximo boletim informativo...

Gestão NutriAção - Nada Será Como Antes!